Enquanto me perdia
Enquanto me perdia
Enquanto eu me perdia no meio da intranquilidade,
Você sorria recebendo outros amores,
Aceitando um alento de outros usurpadores daquilo que um dia foi meu.
E eu recebo agora depois de tudo o que aconteceu,
Apenas uma carta trazida na andorinha amarga da dor.
Um telegrama mandando eu me deitar com outra.
Ainda amo e desejo, mesmo cheia de más companhias e manias,
Deixando de saber se eu vou morrer de agonia.
Fico aqui querendo ouvir o suspirar e o ressono que eu ficava a velar,
Ouvia você acordar e ficar reclamando,
Dizendo que a vida custava a te maravilhar.
Diz que ama só a mim, mas mesmo assim me desespera ao dizer para eu ir me virar.
Sofro pensando no teu sofrer,
Quero perder-me e me desvencilhar,
Mas não sei se consigo deixar de me apaixonar.
Enquanto isso ela fica a variar,
Mudando de cama a cada novo olhar.
Mesmo que seja apenas em fantasias, acredito que já esqueceu do meu respirar.
E vou seguindo assim essa sina,
Me consumindo em minha própria toxina,
Escolhi ter a distancia, e agora estou embriagado pela rotina.
Preferi ficar só, e você criou asas e voou, e eu sobrei.
Agora me encolho e me sinto miúdo,
Sem saber para onde você foi.
Fico acordado chorando, criando fantasmas para meu assombro.
Fico aqui imitando seus trejeitos,
Enquanto você mimetiza os meus,
E cada vez mais vamos nos separando,
Cada vez mais,
Enquanto eu me perdia.