Resto de Quase Nada
Sou resto de quase nada, e vivo a mercê
do acaso, no furor de terríveis ventanias.
Delírio em noites acinzentadas,
existente na cabeça dos doidos varridos.
Sou dispensável em olhos reprimíveis,
provenientes de rostos sem alegrias.
Habitante achincalhado em Terras estranhas,
forasteiro por natureza, em desejos sucumbidos.
Sou resto de quase nada, e vivo a mercê
do acaso, no furor de terríveis ventanias.
Rio morto em seu inerte curso
Abrigo de lástimas por toda a superfície.
Sou intranquilidade nos dias monótonos
Perspectiva finda em múltiplas agonias.
A seca que aniquila todos os animais,
e murcham as plantas da vasta planície.
Sou resto de quase nada, e vivo a mercê
do acaso, no furor de terríveis ventanias.
A tristeza nítida nos olhos carentes,
a desilusão que persiste em almas aflitas.
Sou areia despejada em buracos profundos,
Partícula lançada num mundo de nostalgias
Ininteligível nesse imenso Universo
O escarro proferido por bocas malditas!
Sou resto de quase nada, e vivo a mercê
do acaso, no furor de terríveis ventanias.
Tortura desencandeada por ramificações
Esboço descartável do que poderia ser.
Sou curva sinuosa em asfalto deteriorado
Cacos de telhas em antiquíssimas estadias.
Horizonte longínquo e bastante turvo
Ausência de felicidade, morte ao nascer.
Alexsandro Menegueli Ferreira- 02 de Maio de 2013 às 09:17