TEMPESTADE (Liberalino)

Ao longe o vento vomita

Seus impropérios medonhos

Contra o meu reino de sonhos

E de canções populares

E em sua mágoa infinita

Agita as nuvens pacatas

E rompe os seios das matas

E encrespa a face dos mares

Enquanto a brisa tranqüila

Murmura um salmo suave

E embala um ninho sem ave

Para matar a saudade

A minha estrela cintila

Na imensidade celeste

E o ramo de verde se veste

Para que a sombra me agrade

Que o vento lavre o deserto

De face cálida e nua

Que até os impérios destrua

Em seu roteiro macabro

Mas nunca chegue tão perto

Do paraíso em que vivo

E nem se faça agressivo

Junto às veredas que abro...

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 21/03/2007
Reeditado em 21/03/2007
Código do texto: T420770
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