Prisão Abstrata
Em cima da grande mesa a última vela se apagou
A escuridão dilacerante mostrou a sua horrenda face
A tristeza tão imunda pelas costas me agarrou
Por suas melancólicas mãos fui jogado em eterno cárcere.
Nesta prisão de celas invisíveis e totalmente abstrata
Em ruas movimentadas eu sigo totalmente só
O coração em pânico se apavora, e a alma triste constata
Um homem imerso em dor, e no pescoço um terrível nó.
Ouço passos cadenciados bem atrás da modesta porta
Pela janela entre aberta eu observo trêmulo a depressão
A vontade de viver cai estática e quase morta
Ajoelho sobre o assoalho em ofegante respiração.
O meu corpo segue apático por essa longa noite afora
Entre vielas frias e escuras eu caminho sem qualquer destino
Avisto cinzas bem dispersas onde reinava uma linda flora
Vincos profundos e intermináveis no rosto de um pálido menino.
Ando pelas praças à procura da alegria, mas o que vejo são destroços
Os sorrisos por todas as partes correm soberbos mantendo a distância
Um pouco à frente nas sujas calçadas, um amontoado de fracos ossos
Sinto um odor apavorante! A morte em sua conhecida fragrância.
http://alexmenegueli.blogspot.com.br/ 21/02/2013