Perco
Perco
Eu perco meu ar quando você não está por perto,
Tenho vontade de sumir quando não vejo teu sorriso,
Tenho medo até de outros compromissos.
Passo a existir dentro de minha confusão, e uma saudade que me bate, se faz eterna.
Meu coração entra em descompasso, minha vida se torna fracasso,
Quando egoísta uma vez na vida fui querer ser,
Meus sonhos caem feito pétalas de rosas no chão,
E eu sei que você está em outro colchão,
Quando na verdade, era eu quem queria estar sentindo sua respiração.
Parece irônico, porque ninguém entende, o sentido se perde no meio do caminho,
Dentro de uma espiral que só faz a minha roda da fortuna girar,
E eu vou descendo nesse furacão que é esse coração.
Aprendi a guardar rancor, ficando todo sem sabor,
Me esquecendo do ontem, naquele carinho gostoso, deitados na mesma cama,
Debaixo do cobertor roxo da minha bolha purpura, que ouso chamar de quarto.
Enquanto você suspirava e gemia, entre sonhos e pesadelos,
Dormia feito um anjo em toda minha cama.
E eu vou descobrindo, dia após dia, que sem você eu não respiro,
Não existo nem em meu próprio compromisso,
Me abandono no mundo sem ter onde vagar, e devagar,
Você vai correndo para outro altar,
Fugindo de mim, e da minha cama sem espaldar.
Enquanto isso, vou ficando sem sentido (menos do que já tinha),
Olhando meus inchaços da minha outra noite, onde eu jamais pensei que poderia me enfiar,
Perdendo minha noite, sem nem sequer conseguir piscar,
Deixando o sono cada vez mais, me abandonar...