MEU GRITO

No tempo em que andava pela rua

Naquele jardim de concreto cinza

Não sentia saudade na alma crua

Não via sonhos que não fosse cinza.

A imagem destorcida em preto e branco

Fez-me derramar lágrimas sem saber

Por que tanto sofrimento e pranto.

Estando predestinado a sofrer.

Chorei lágrimas e de alegrias nada sei

Só dor em busca de um caminho

Elaborei sonhos, não sei.

Talvez ainda fique sozinho.

Assim sujo

Assim mudo

Nesse mundo.

Que meus sonhos me leve a netuno

Ou para outro fim do mundo.

Mas me tirem daqui...

Fecho os olhos e vejo um mundo diferente,

Quando abro apenas o mundo cinzento,

As ruas frias,

Crias rejeitadas,

Pernas acinzentadas,

Mas nadas tens a perder

Esta vida é sem valor.

Venham me socorram

A lei que hora me espanca

Agora quer que eu morra.

Menos um ou dois, sei lá, não sei contar.

A Candelária, o sangue na calçada.

Almas rejeitadas com sangue igual ao meu,

Vermelho como meus olhos

Quente como meus dias

Feitos seres diferentes

Sem existências em cartórios

Sem direitos a urnas, sem garantia.

Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 31/01/2013
Código do texto: T4116582
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.