Palavras que ferem,machucam,maltratam...

Daqueles cujo domínio próprio não controla

São como bisturi, ferem a aorta contundente.

Provocam grandes terremotos, vítimas fatais

Corações destroem, intrinsecamente.

Armas potentes, machucam, ferem

Envenenadas de puro rancor, deixam feridas.

Golpes premeditados duramente

Fazem sangrar, quando friamente proferidas.

Quem as usa, tem consciência do mal feito.

Geralmente das regras e limites é conhecedor

Porem um prazer mórbido é sentido

Vendo no alvo do ódio, do sangue o sabor.

Ironicamente, não se dão conta os desatentos.

Os mesmos lábios que profetizam mansidão

Pregam o amor, falam de paz e harmonia.

Deixam marcas indeléveis, destroem coração.

Ousam citar de Deus o nome, fria realidade.

E incapazes de perceber espontaneamente

O tronco que lhes atravessa o olho, e os cega.

Apontam o cisco, no olhar do semelhante.

Talvez, em nome de uma vingança infundada.

Quem sabe o coração ferido, seja o argumento.

E para pisar, esmagar e ferir brutalmente.

Só esperam por uma brecha, um momento.

Quantos defeitos soterrados veríamos.

Pudéssemos a alma, em estado bruto sondar,

E remexendo escombros reconheceríamos.

Que apenas Deus tem poder para julgar.

Talvez , com nossos defeitos aparentes.

Pegaríamos à mão a esperar estendida.

E mesmo quando feridos e machucados

Entoaríamos apenas palavras de vida.

Texto de Glória Salles

Kátia Coelho
Enviado por Kátia Coelho em 21/12/2012
Código do texto: T4046414
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