Quem Sou?
Quem Sou?
Acho que me enganei de vez,
Errei mais uma vez, e sei por quê.
Tentei ser o que eu era sem ser,
Sem nem saber o que fazer.
Acreditava ser o que não era, e fui ver que era eu mesmo,
O tempo inteiro estava lá e eu nem vi,
E agora não sei pra onde ir,
Giro em meus calcanhares procurando novos ares,
Mas que ares?
Fico a mercê desse desejo interno,
Que palpita sem motivo,
Largar e abrir mão,
Daquilo que poderia ser o certo,
Ou pior, poderia ser errado.
Mas sem nem saber quem ser,
Fui inventar de julgar,
E eu mesmo me julguei errado,
Fiquei sem saber o que fazer, sem nem saber quem ser,
Entrei em crise, e agora quem sou eu?
Sou perdido, criatura morta-viva talvez?
Sou eterno, estupido infeliz?
Sou homem, criança tola?
Sou infantil, ser humano?
Choro de uma vida seca, Graciliano que o diga,
Me confundi, me perdi,
Nem sei mais que sou,
Tentando ser o que eu era,
Quando queria ser o que eu sou.
Fico maluco, perdido sem saber onde dar meu tiro.
Sem nem saber pra onde vai meu brilho,
Eu fico sozinho,
Perdido nas minhas próprias merdas.
Enfio o pé na jaca e abro os dedos pra sentir o viscoso,
E ainda acho que é gostoso.
Vida bandida que me arrebenta a cara,
Me transforma num outro eu que eu nem sei quem sou ou era,
Tira de mim o mais precioso para mim,
Tira meu afago e ar, paixão sem nada a faltar,
Arrancou meu amor simplesmente por arrancar,
E eu fico sem saber quem sou,
Mas afinal,
Quem sou?