O que fiz não tem perdão!
O que passou ficou na memória
Era um sonâmbulo a gritar, a chorar
Aquilo que em amor não podia cantar
Queria tanto ver o passado despido
Daqueles sonhos e nem migalhas guardar
Fotos rasguei e doei pro vento
Coisas que meu espelho não traz mais
Meu desejo era que o raio nunca
Voltasse a cair naquele lugar, não mais
Sensações de ausência queimavam em mim
Os olhos visto por um mísero espelho
Mostravam nada mais que misérias de mim
O cálice de ouro eu deixei transbordar em choro
E numa virada de mesa cometi o meu maior crime
Esqueci de me livrar do “corpo” e fui condenado
Preso fui me tratar por ter ingerido muita fumaça
Taquei fogo nas memórias e inalei rancor sem perdão
Inquisição de lembranças boas e ruins em meu coração
Talvez alguém um dia me condene, que o faça!
Agi como quis e da crueldade não abri mão
Atirei fora sentimentos em carne viva pro sol consumir
Eutanásia de sonhos em coma não quis não!
Bárbaro esse crime não teve perdão
Mas acalmou meu coração!