Os olhos cegos
As sombras de tão sólidas palavras
Escondem escombros de um homem
Perdido em sua insone caminhada
Pelas entrelinhas líricas da madrugada
Cego frente ao imenso negrume
Se debate, tateia e apanha
Feito mosca em teia de aranha
Chiando lamento enquanto sucumbe
Farto do mundo e das lutas de egos
Fechou-se em si mesmo em certa medida
Então pra que servem os seus olhos cegos
Senão pra chorar as lamúrias da vida