Dor
Mais um dia nublado,
Sem a menor possibilidade
De cores de renascimento.
Mais um dia ausente
Das distrações benéficas
E das brisas de carícias,
Roendo as unhas,
Enquanto o leite derrama.
Da janela, vejo a alegria em fuga,
Carregando consigo
Os doces vapores da ilusão,
Sinto um gosto de derrotas,
Apodrecendo meus dentes,
Sinto dores desconhecidas
E outras bem familiares.
Nenhum adeus simplesmente vai embora,
O eco permanece estuprando os sentidos,
As chagas tornam-se tatuagens indesejadas
E a vida segue, indiferente e violenta.
27/01/2012