Dor

Mais um dia nublado,

Sem a menor possibilidade

De cores de renascimento.

Mais um dia ausente

Das distrações benéficas

E das brisas de carícias,

Roendo as unhas,

Enquanto o leite derrama.

Da janela, vejo a alegria em fuga,

Carregando consigo

Os doces vapores da ilusão,

Sinto um gosto de derrotas,

Apodrecendo meus dentes,

Sinto dores desconhecidas

E outras bem familiares.

Nenhum adeus simplesmente vai embora,

O eco permanece estuprando os sentidos,

As chagas tornam-se tatuagens indesejadas

E a vida segue, indiferente e violenta.

27/01/2012

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 27/01/2012
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