Meu nome é Carlos Eduardo Castro. Sou escritor, músico, compositor, artista plástico e, merda, funcionário público.
Eu desprezo esses poetas que só versejam belezas, Jamais ignorarei a feiúra nos meus poemas, Mas onde melhor me adapto é no recheio, É lá onde a vida grita em seus maiores devaneios.
Não me interessam muito os topos das alegrias ou das tristezas, Prefiro encontrar nas brechas a substância dos meus temas, Na existência plena que se encontra no meio É de onde eu tiro a matéria, é onde eu chafurdo e peido.
Eu menosprezo esses poetas que mais parecem punheteiros, Que desconhecem que de tudo pode nascer um poema E se acreditam magos apenas porque se entediam, E resolvem que são sublimes apenas porque caneteam.
Não me interessam os cumes, os épicos, os gênios, O que me atrai são as cuspidas surgidas do cotidiano, O que desejo em meu texto é aprender a fazer os desenhos Das palavras e imagens que surgem em meu pensamento.