Cais 
 
Minha vida atracou no cais do porto,
Como embarcação velha, aposentada,
Como um velho navio, que já morto,
Não mais navega pelos mares e enseadas.
 
Na bagagem ainda guardo as lembranças,
De uma época de alegrias e festejos,
Na minh’alma - sem nenhuma esperança,
Recordações do adeus no derradeiro beijo.
 
No triste cais cerceia-me a escuridão,
Noite vazia, sem brilho e sem farol,
A agasalhar-me somente a solidão. 


Neste deixei ancorado o meu passado,
Enferrujado, escondido a luz do sol,
E preso aos nós o meu coração cansado.
Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 11/01/2012
Reeditado em 15/01/2020
Código do texto: T3435474
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