BERLINDA

"Num beco sem saída a gente fica sem saber o quê fazer, uma coisa é certa, no meio de feras, uma fera a gente tem que ser”, Sílvio César.

Fogo

Palha

Gasolina

Isqueiro

Estopim

Em torno de mim

No meio somos a caça em carne retalhada

Banquete farto para fomes canibais

A dança das vaidades

Sobre poço movediço exibe-se feiticeira

Seduz com seu passo pra quebrar nosso compasso

Afeição em preto e branco

Vírus mulato

Apreço manco

Nazismo às avessas

Numa guerrilha jaz meu coração

Com você vou à corte

Sem você volto ao leilão

Casa ruindo para a felicidade hipócrita das nações

Intimo vazio

Solitário soul

Nesse teatro braço-de-ferro

Só a poesia ouve múltiplos ais

Pubicado originalmente em Cadernos Negros - volume 27, poemas afro-brasileiros, Edição Quilombhoje, 2004.

OUBÍ INAÊ KIBUKO
Enviado por OUBÍ INAÊ KIBUKO em 28/12/2006
Reeditado em 29/12/2006
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