BERLINDA
"Num beco sem saída a gente fica sem saber o quê fazer, uma coisa é certa, no meio de feras, uma fera a gente tem que ser”, Sílvio César.
Fogo
Palha
Gasolina
Isqueiro
Estopim
Em torno de mim
No meio somos a caça em carne retalhada
Banquete farto para fomes canibais
A dança das vaidades
Sobre poço movediço exibe-se feiticeira
Seduz com seu passo pra quebrar nosso compasso
Afeição em preto e branco
Vírus mulato
Apreço manco
Nazismo às avessas
Numa guerrilha jaz meu coração
Com você vou à corte
Sem você volto ao leilão
Casa ruindo para a felicidade hipócrita das nações
Intimo vazio
Solitário soul
Nesse teatro braço-de-ferro
Só a poesia ouve múltiplos ais
Pubicado originalmente em Cadernos Negros - volume 27, poemas afro-brasileiros, Edição Quilombhoje, 2004.