Guerreiros
Homens enroupados de preto,
Acatam ordens dos seres das cruzes de ferro,
Das cordas vocais abomináveis berros,
Distantes e abalados,
Obstinados por uma ideia,
Por mais maquiavélica que seja,
Um dia frio em que ninguém peleja,
Pois o mundo encolheu-se num manto,
Os escravos da morte saíram do canto,
Em direção ao tronco,
O chicote psicológico está pendurado no coronco,
Em direção ao buraco,
Sepultado como um pataco,
Riscado, pintado, escrito, digitado, digitalizado;
Nas baixas centenas para um privilegiado,
Quem disse que não usamos matemática na vida?
Certo, visto que nem após a morte eles nos deixam,
Números...
Das coordenadas, dos ângulos, da quilometragem, da temperatura, do calibre,
Nos dados dum sonar, um timbre;
Mas e o homem?
Onde estão os homens?
Nos campos de batalha,
Como uma pisoteada migalha,
De uma paulada na cabeça, um estômago esfaquiado,
Um peito baleado, um rosto eletrocutado,
Nas masmorras da morte eterna, vestidos
de véus negros.
Salvos de si mesmos ao menos?