ALEGORIAS VAZIAS
Flutua uma sombra misteriosa
Projetando imagens nas ruas,
Sob o véu da noite silenciosa
Onde o meu pensar flutua!
Embala-me as estranhas fantasias...
A noite emudece os alaridos
Que em rito sombrio de alegorias vazias
Silencia os meus latentes gritos.
Um perfil poético e triste
Domina profundamente o meu íntimo
Sinto nuanças do meu pensar que insiste
Em vislumbrar-se com o insólito mimo!
Já não sei se vivo em mim
Ou se sou um mero espectro:
Um fantoche em sonhado jardim
Absorvendo o circunspeto.
Viajo na imensidão dos sentidos
Buscando um elo que ampara
E desfaça os meus sonhos perdidos
Na ilusão da madrugada.