Mal-do-Vate
Ao ensejo do mesto auspício,
Enternecido com pranto e dolência,
Solva a endecha a pior das enfermidades.
A solitude versejada em prece;
Os anseios esmaecidos pelo tempo;
O pulsar de uma vida insossa, simplesmente.
A chama que mitiga, consome a substância;
Os sinos que badalam, não sucumbem ao exício;
O desenlace de uma existência ciméria, incongruente.
Eis o sentimento,
Cujo padecer é eterno,
Se não amou e foi amado.
Afortunados os que cultivam tamanha dádiva,
Pois, desta, alimentam-se os corações,
A suprema láurea de quem vive.
Amor,
Em teus braços quero dormir embalado,
Esperando a sina de todos os mortais!