Mal-do-Vate

Ao ensejo do mesto auspício,

Enternecido com pranto e dolência,

Solva a endecha a pior das enfermidades.

A solitude versejada em prece;

Os anseios esmaecidos pelo tempo;

O pulsar de uma vida insossa, simplesmente.

A chama que mitiga, consome a substância;

Os sinos que badalam, não sucumbem ao exício;

O desenlace de uma existência ciméria, incongruente.

Eis o sentimento,

Cujo padecer é eterno,

Se não amou e foi amado.

Afortunados os que cultivam tamanha dádiva,

Pois, desta, alimentam-se os corações,

A suprema láurea de quem vive.

Amor,

Em teus braços quero dormir embalado,

Esperando a sina de todos os mortais!

Mário Neto
Enviado por Mário Neto em 12/07/2011
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T3089866
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