NAS RUAS ESTREITAS DA VIDA

Nas ruas estreitas da vida

consumida

por egoísmos e autismos,

vai o vagabundo

de olhos rasos de água,

percorrendo seu pequeno

mundo,

calcorreando a vil mágoa.

Cristo na Cruz duma cidade

sem idade,

o ideário é o longo calvário

que ele enfrenta,

na diferença dos demais,

que o empurram pr'aquilo

que representa,

o figurar-se com os animais.

Maldito povo, arrogante,

humilhante,

co seus entes presentes,

fazem do pudor,

a sua dissemelhança fútil

e nascem os loucos na rua,

sem terem amor,

fingindo-se de algo inútil.

Alguém quer abusar de ti,

assim

sem longas nem delongas,

cuspindo na parede,

toda a sua sobranceria vã,

falta de solidariedade útil,

lançando a rede

ao errante e à nada manhã.

E o vagabundo dobrado,

entrecortado,

não vê a horizonte o monte

escolhido,

para ser livre novamente,

longe bem longe do Homem,

espargido

pelo Verso, unanimemente.

Jorge Humberto

06/03/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/03/2011
Código do texto: T2831758
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