PEITO SECO
Como um pássaro de asas quebradas
Acostumado às migalhas que o destino projeta,
Percorrendo caminhos que não levam a nada
Perdido entre vertigens de paranóia incerta.
Como o pulo do alto de uma montanha desconhecida
Onde, somente o ar lhe acompanha e se agrega...
Aos teus medos mais afugentes de sua pouca vida
Que para todo sempre os teus sonhos renega!
Como uma doença infecciosa que se prolifera
E corrói gradualmente as entranhas de tua alma,
Diluindo princípios, tuas utopias de outra era,
Derretendo a fé e levando-lhe a face de um trauma.
E quanto mais olho no oculto do meu ser
Lugar, onde o olhar humano jamais chega a entrar!
Apenas a reflexão pessoal consegue ver
Meu coração insano, entre baratas, à delirar!
Todo objetivo perdeu-se por entre os becos
E lá, morreram distantes de tornarem-se reais!
Sofri, chorei... até sentir o peito ficar seco!
Inconsolado e triste... dei adeus aos ideais.
FIM