ALMAS DESAVINDAS

Tenho tantas almas,

que, no descrer,

são montanhas a aparecer,

vãs e inúteis – sensações,

que a Razão desconhece,

e no mar permanece.

Bóiam águas calmas,

nos fúteis pensamentos…

perdidos remos e alentos,

vagando águas, outros olhos –

que nos meus, não têm porquê,

como um haver, de nem sei quê.

E da montanha, a descer,

só um nevoeiro se vê,

nado ou posto, como nem quê –

como estas almas, que me assaltam,

num redemoinho, de momentos,

cobrindo-os, de feros ventos.

Minhas almas desavindas,

são como esses ventos,

insistem nos pensamentos,

que de haver, já o eram –

assim um arado, na pedra,

onde alma alguma, medra…

Jorge Humberto

02/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 02/01/2011
Código do texto: T2704930
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