Triste Silêncio
As flamas elevaram-se vermelhas
num vermelho elevado e flamejante
e o grilo estrilou trilando
um trilado estrilado e grilante...
O sabiá assobiou ressabiado
um assovio sábio, mas ressabiante
e a coruja se arrepiou alarmada
e piou alarmista, arrepiante!
A capivara ergueu-se, intrigada
emitindo um grunhido intrigante
o mico leão se apavorou, e aflito
pulou, numa aflição apavorante!
O guará desabalou desvairado
em desvario desabalado e errante
e a onça fugiu, alucinada
numa fuga veloz e alucinante.
O peixe saltou da cachoeira
num salto quixotesco, asfixiante
e a serpente rastejou, desesperada
num rastejar desesperador e serpeante.
O céu escureceu enegrecido
pelo negror escuro e sufocante
da fumaça de árvores ardentes
ardendo em agonia fumegante...
Indefesa, a antiga bela mata
não mais bela como antigamente
definhou nas mãos da alma conflitante
que almejou o conflito, indiferente.
E o silêncio triste e restante
que restou da tristeza recente
ressentiu-se, restando tristemente
um resto de tristeza silenciante...