POESIA ULTRAJADA

De repente..., surgiu-me o desejo ardente

de revelar o meu sentir e externar

toda a percepção do meu coração nostálgico

sobre a poesia da natureza plena presente

em cada detalhe das coisas simples que há.

Envolto de ternura e alegria sublimar,

redescobri paisagens gravadas

e canções absorvidas pelo meu poetizar

quando a felicidade sorria

em acordes improvisados do meu hermético cantar!

Quisera falar das fontes que rumorejam,

dos abraços apolíneos,

do luar em noites de rosas,

da celebração do amor em jardins de afetos,

dos sorrisos das crianças e dos passarinhos em festa!

Pressenti, porém, num suspiro ao entardecer,

que hoje a poesia chora, esquecida e postergada!

Já não existe o legado dos versos em sua beleza tácita.

E assim, o meu coração pranteado desfigurou seu lirismo.

Silenciou-se a harmonia... Eclipsou-se a luz do prado!

Desiludido e sem espaço,

quando o sol se ajoelhava dando adeus ao crepúsculo

e aos sonhos que sonhei,

sentei-me ao chão com o olhar em trevas

e chorei!...

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 24/09/2010
Reeditado em 24/09/2010
Código do texto: T2517604
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