POESIA ULTRAJADA
De repente..., surgiu-me o desejo ardente
de revelar o meu sentir e externar
toda a percepção do meu coração nostálgico
sobre a poesia da natureza plena presente
em cada detalhe das coisas simples que há.
Envolto de ternura e alegria sublimar,
redescobri paisagens gravadas
e canções absorvidas pelo meu poetizar
quando a felicidade sorria
em acordes improvisados do meu hermético cantar!
Quisera falar das fontes que rumorejam,
dos abraços apolíneos,
do luar em noites de rosas,
da celebração do amor em jardins de afetos,
dos sorrisos das crianças e dos passarinhos em festa!
Pressenti, porém, num suspiro ao entardecer,
que hoje a poesia chora, esquecida e postergada!
Já não existe o legado dos versos em sua beleza tácita.
E assim, o meu coração pranteado desfigurou seu lirismo.
Silenciou-se a harmonia... Eclipsou-se a luz do prado!
Desiludido e sem espaço,
quando o sol se ajoelhava dando adeus ao crepúsculo
e aos sonhos que sonhei,
sentei-me ao chão com o olhar em trevas
e chorei!...