INVERNO DO DESAMOR
Não percebi e a primavera passou...
Vozes ecoaram, em tons de nostalgia,
Como tanger dos sinos na Ave Maria.
Partiu o encanto, ternura querida...
Nas mangas espaçosas do tempo,
A mais tola aspiração foi esvaecida.
No álgido inverno de angústias, nada
Iluminou, em mim, a agonia inexorável
Constante e pertinente, no peito, alojada
Fui sombra sem luz, inquestionável...
Nem um verão, disfarçado de outono
Transcendeu a esse cruel sofrimento
Eros não apresentou misericórdia...
A saudade não me ofertou abono
Pobre coração habitou no tormento!