A orbe de bronze
E eu sinto o meu coração em minhas mãos
E eu cansado, mas, sinto a delícia de me refazer
Deixei o meu corpo naquela esquina vazia
Deixei mais uma vez a febre, que cansativa, passar
Hoje a minha cabeça dói em eixos de rotações jamais revisitados
E a minha vida está quase completa, mas passiva
Amanhã conseguirei a minha arma de massas
E serei triste e vil como hoje me refaço
Meus corpos e minhas almas ficam sendo revisitados
Serei quase bom e quase ruim
E não saberei mais amar, nem mais as coisas da vida
Vida puríssima de sonhos e novos desafios
Que a máquina clama em chamar-se mais
Na vida que nem se sabe mais o que é saber...
Direi palavras e escreverei os meus melhores sons
Que se refazem em medo e desafio no meu penar
Conseguirei, pondo o fim no encanto, dormir em mim mesmo
Obterei, assim, a alternativa, chance nova, de ser mais
De me sentir novamente com o meu corção em minhas mãos
Mas talvez seja tarde demais;
Talvez eu já saiba falar e andar sem tantos medos...
Faço e refaço meu coração em não saber mais o que falar
Mas hoje eu tenho a diviníssima certeza de que eu não sou mais um:
Eu sou o coração que clama por paz em minhas próprias mãos
Eu sou o último a saber que, talvez, nem conseguirei o meu próprio perdão...
11-08-2006