Agora não – Ponto –

Impactante quando de repente você descobre o que você nunca foi...

O porem é que você pensava ser

No primeiro dia foi como que, esquartejado, eu pedisse clemência ao meu carrasco

No segundo, afogado, eu não possuía palavras e muito menos um fôlego

Eu perdi a presença do ar

Tentei costurar meus pedaços de volta ao lugar

Mas acho que alguns foram acidentalmente trocados

Não me vejo como antes

Classifiquei a importância de me restabelecer

O resto por enquanto é resto

Agora não

Do terceiro dia em diante, me descrevo em estado de choque

Ninguém, normal o bastante, vê o braço ser arrancado e permanece lúcido

Eu me ausentei

Resguardei-me longe do palpável

Pensar nas causas, do porque e de como fui parar ali

No momento não tem importância

Por favor, agora não

“- Estou bem!” Digo a todos os palhaços

Não que essas palavras eu digo com maldade

Porque até a mim mesma eu as repito, e de frente ao espelho em mim acredito

E que pena, que nós acreditamos

Pois tudo só não passa de dormência, de embriaguez e distorções vertentes

Só não quero com isso me incomodar

Essa não é a hora, agora não

Busco algo em mim, me reinventar, pois já não estou na mesma ordem

Já não sou aquela mesma criação, aquela do princípio, que com um sorriso no rosto em nosso primeiro encontro, lhe disse: “- Oi! Muito prazer!”

O que permaneceu e o que se foi? Sei que várias coisas só deixaram o rastro da sensação

Pois quando as busco, não as encontro no mesmo lugar

Isso não me pertence mais, eu não possuo mais como recurso

E evito... Ponho de lado, e me obrigo a prolongar o agora não

Contente-se...

Depois de muitos dias

Não me permito pensar, a ponto de questionar

É o medo da distância, pois não estou mais com tanto efeito sobre minha indiferença

Dormência.

Só passo o tempo, encaro as horas

Até perco a noção, pois eu nem ligo em prestar atenção

“-Está tudo bem!”

Porque não por a fé sobre palavras? Minhas palavras

“-Estou melhor desse jeito!”

Excelente por esse ângulo, perfeitamente dessa posição

Fiz-me entender?

Jurei ter sido convincente...

Enfim...

Vou me conter aqui, pois dessa vez não há um final

Perder-me-ei em círculos

Prefiro não arriscar, bagunçar, e como uma criança me lambuzar

É estranho terminar assim, mas cortarei mesmo pelo meio

Como se termina as coisas?

Há! É Verdade, simples assim

Havia me esquecido

Ponto.

Dan Bastos
Enviado por Dan Bastos em 07/05/2010
Código do texto: T2243138
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