INEXISTÊNCIA
Há em nosso âmago uma luta
Que não se descreve, nem se elabora
Com caneta e papel.
Somos cativos de nós mesmos,
Dos íntimos medos, desejos, fraquezas.
Luta insana!
O desejo é uma desventura
De qualquer manifestação de carência.
Desvendamento da alma,
Aniquilamento da razão
Ainda que pulsante, vivo, etéreo.
Mesmo que há em nós
Alguma sensibilidade,
Racionalidade,
Subjetividade
E intenção moral,
Ainda assim, negamo-nos.
Resta-nos esperar.
Esperar e nos conhecer por inteiro,
Sem explicações funestas dos momentos
Exteriorizados por pensamentos rudes
De quem pensa e finge estar pensando.