QUANDO QUASE MORRI

Neste país que é o meu

a mim muito entristeceu

de mim não quisessem saber

vendo-me mal e a adoecer

Ajudas mil eu procurei

em lado algum eu achei

carinho ou preocupação

com meu sofrido coração

De uns para os outros desviando

assim minhas dores ia fiando

sem que socorro viesse

e de mim enfim soubesse

o que melhor aprouvera

para o que me acontecera

de mil espasmos carpindo

só mesmo sorrir anuindo

Ajuda não veio de parte

alguma e eu senti-me aparte

da sociedade dos ricos

entre os aflitos dos aflitos

Entretanto o dia passou

e a mim ninguém se achegou

a não ser a extremosa mãe

que me não deixou a ninguém

Pois neste país fizeram pouco

de um pobre e senil louco

que apenas pedia ajuda

para sua saúde futura

De boa sorte e ternura

de quem me mostrou candura

o perigo enfim passou

e da morte por fado escapou

Mas não esqueço a revolta

de não ter à minha porta

quem se preocupasse

com todo este desenlace

Pois se da morte bem perto

a falta de sorte por certo

que ninguém se mexeu

preocupado com o que era meu

Jorge Humberto

15/01/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 16/01/2010
Código do texto: T2033332
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