O PÊNDULO DAS HORAS
No tic-tac do pêndulo
Do relógio que não para,
Meu aflito coração segreda
Pensares que se afloram.
Os pensamentos fluem
Entre buscas e dores
Na incógnita do meu mundo
Feito de espinhos e flores.
Ah! Relógio que não para,
Aflora mágoas em meu peito
Ou trás angústias suspensas
Ao meu coração que chora.
Os ponteiros frios e ágeis
Indiferentes ao meu pranto,
Seguem altivos sem acenos
Ao langor do meu lamento.
Nesse tempo ininterrupto
Que me leva ao além
Nascem flores de angústias
No tic-tac que vem.