ESTRADA DA ILUSÃO.
Debruço-me na janela
E fixo meus olhos nela;
Não desaparece,
Não envelhece,
Continua ali,
Com os braços abertos, tentadores...
É a estrada que passa pelo sonho
E vai dar na ilusão;
Tantos em tentação tentaram...
Alguns perderam-se no caminho,
Outros retornaram humilhados, cabisbaixos...
Ela continua ali, convidativa;
Tragando com seu apetite voraz,
Os desavisados que por ela se aventuram:
O mancebo ambicioso,
A moça sonhadora,
O idealista inconformado...
Fico olhando pra ela e ponho-me a indagar:
Por que está ali?
Por que existe?
Ah, como a odeio!
Porque um dia, meu amor também se foi por ela.