CINZAS DE AMOR.

Nosso amor:

Que aconteceu?

Que pena, ele morreu.

Já faz alguns anos;

Foi sem causar danos,

Que a gente nem percebeu.

Nossas bocas já não se chocam;

Nossos corpos não se notam;

Nossos olhos não se encantam;

Nossos órgãos não se encontram;

Nossas mãos já não se tocam.

Tornamo-nos pessoas estranhas;

A gente não se fala, porque se acanha;

Nossas mágoas sufocamos;

A a verdade ocultamos;

A solidão queima em nossas entranhas.

É, tudo acabou;

Que nem uma linda pétala que murchou.

Inútil tentar a verdade esconder;

A chama não voltará acender.

Do ardente amor, apenas cinzas, é o que restou.