Riso e choro num corpo

Para nós poetas, o corpo é riso,

É riso e choro.

Houve um tempo para nós mesmos,

O corpo foi matéria intangível.

Hoje, apenas é riso e choro.

Nossos caminhos,

Nos levam a alegria e tristeza,

Festa e calvário;

Nosso corpo tão fatigado,

Transformam as lembranças afetivas,

No riso e no choro.

Porém, pode ser que para os poetas,

O choro e as lágrimas sejam o unico afeto.

Para a poesia, é quase certo que seja o único.

Já não choramos mais, quando como crianças,

Mal pensamos no choro, os olhos sentem-se a lacrimejar.

De tão chorado e chorão,

O choro poético aceita-se resignado seu destino:

Viver chorando.

Depois de muito volver-se,

Esperanceia o riso, e ri.

Passa então a rir e chorar em torno de tudo.

É quando por fim solta um último riso;

Um chorado riso, pelo último súspiro

Da docemente chorada vida.

Lucas A
Enviado por Lucas A em 07/11/2009
Código do texto: T1909858
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