Diário - 04/04/06

Na minha cabeça

Voam borboletas

De asas pretas

Tipo: mariposas!...

A minha esposa

É uma “caixa preta”

Tenho de ser a reta

Entre a cruz e a espada!...

Só; que na minha cabeça!

A dor da enxaqueca

Já não dói! Como poderia,

Em quem não tem cabeça?...

Que dor sentiria?...

O ignóbil morto!...

Tem-se sempre um porto

Faz-se, sempre uma alegoria.

Pessoas prendadas

Choram seus salários

Quanto mais bem pagas

Aqui no meu calvário

No tempo dos verões varões,

Se foram!... Os invernos que advieram

Foram de pouca monta e os serões,

Formaram-se com os poucos que vieram

Todos os que louvaram

O pobre morto o corpo e o caixão

O cemitério e o mistério, cantaram

Quando o corpo baixou ao chão!...

Sete palmo(a)s (ou seis no meu caso),

E duas pessoas franzinas nada mais!

O meu peso não mede os pecados, mas,

Cumpriu seu destino e agora: o ocaso!...