Destino alheio

Meu destino

Me é completamente alheio.

Tenho receio

Que nem me pertença.

O meu destino pode ter sido

Uma agressão a Deus

Por nascer tão franzino

E não ser o protótipo

Do que Ele concebeu.

Eu jogo sinuca

Eu já joguei bola

Eu fiz filhos

Publiquei um livro já plantei

Várias árvores

Construí uma casa

Que mais Deus quer?!...

Me leve logo

Que eu morra

Num lugar em que não sinta tanto

Esta solidão e o pranto

Que não sai da gente

Fica lá e latente

E nos mata lentamente.