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Sempre haverá poesia em mim

Há ratos no tombadilho da minha caravela
Os gatos, mui amigos, saíram de férias
comeram meu queijo, deixaram-me à míngua
Mas a poesia ainda está em mim...

Minha lápide foi edificada pelos carnífices
E um epitáfio por eles escrito: Aqui jaz poesia inerte!
Aniquilei e nele com sangue gravei:
Sempre haverá poesia em mim!

Jogaram-me no deserto, sem água por perto
 miragens abrolharam, oásis poéticos
beduíno trouxe-me subsídio providencial
letras soltas, alforriadas... Então ,eu poetei...
Sempre haverá poesia em mim!

Arremessada à arena, aos leões, fui oferecida
gladiador intrépido, abrolhou-me um verso
E eu ,então, com ele interagi ,num mágico dueto:
Sempre haverá poesia em mim!

Não importam ratos, doença, fome, desgraça
Pode chover canivetes, abriram-se grotas...
Se a manancial  secar, a estiagem chegar, a expiação persistir
Se tudo de malfazejo a eu incidir, ainda assim
Com as bênçãos de Deus: Sempre haverá poesia em mim!