UM NÓ NA LINHA
Olhando de lado
absolutamente calado,
vejo partir meu futuro.
É duro não conseguir
segurar esse trem.
Por mim dava um nó na linha.
Tapava o chaminé
e explodia a caldeira,
além de viadutos e pontes.
Com uma borracha,
apagaria as estações.
Com um crayon, esboçaria
novo maquinista.
Tudo pra segurar esse instante.
Olhando de lado, me vejo assim,
insinuante, mas sem forças.
Acredite, sem borracha, nem papel
e nem grafite.