NA VIDA OU NA MORTE… MEU AMOR

Ah, podeis fugir, senhora, negar-se

a meus impulsos e desejos;

tratar-me como a um desconhecido,

simples vagabundo sem norte;

sem casa nem amparo, coração ferido,

meu algoz, que julgava distante.

E se quereis, meus versos, senhora,

jogá-los à fogueira, dos infernos;

escarnecer de mim, do meu amor,

por si, deixado em cada um deles;

saberei calar minha insignificância,

perante sua grandeza, que venero.

Que eu saberei procurar o maléfico

passado, onde vós, minha senhora,

se passardes por mim, podereis

chamar-me de desgraçado, e, num

altruísmo, sem par, ao chão jogar,

uma côdea de pão, por sua excelência.

Ficai no entanto, sabedora de uma

coisa, senhora, meu amor por si,

é tão real hoje como ontem. Assim,

se virdes em minha lapela, uma rosa

branca, eis que, essa é a minha mais

genuína forma, de tê-la sem ofensa.

Porque, sem si, senhora, é para mim,

morrer em vida, onde mais nada terá

significado, que não a própria morte.

Pois que, assim sendo, esta me leve,

na mais das profundas pobrezas,

no chão sumir como faz um verme.

Jorge Humberto

25/03/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/03/2009
Código do texto: T1507654
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