SONETO DA TRISTE MADRUGADA
O sol sempre custa muito a aparecer,
quando a madrugada se faz eterna,
na insistência do que teima em não morrer:
essa ausência tua, que me desgoverna.
Acordado, já estou há algum tempo.
Talvez, nem tenha ainda dormido;
de turva a água onde eu garimpo,
nem sei mais o caminho percorrido.
Tanto, que penso ser alucinação
o ruído longínquo do ônibus que passa
em busca do terminal da solidão
onde todas as dores de aproximam,
feito novelo que um gato embaraça,
unindo, sem solução, os que lastimam. . .
- por JL Santos, em 09/12/2008 -