Cabra-cega
Expectativas correm a esmo
Procuram algo em que se abrigar
Mal sabem elas:
Mesmo à procura mais desesperada
Tudo a que acorrem, risonhamente,
Insiste em se esquivar
Resta pouco, ou quase nada
Diante do que as assiste vagar
Afinal, o que esperar de algo indefinido
Que, como na brincadeira infantil
Afasta-se, em fuga, sem cessar?
A brincadeira não termina, porém
Vidas escorrem sem que ela chegue ao fim
Pobre dos que têm expectativas
E que buscam amparo,
Igual a mim...