SAUDOSAS MEMÓRIAS

SAUDOSAS MEMÓRIAS

Ah! Meus tempos de criança

Foi tão bela a minha infância

Porém de nada eu sabia

Se eu soubesse, aproveitava

Mas pra isso eu nem ligava

Durante o dia eu brincava

Durante a noite eu dormia

Porém quando eu acordava

Lembro-me que escutava

A mais linda sinfonia

Era a bela passarada

Com sua orquestra afinada

Adormecendo a madrugada

E querendo acordar o dia

Naquela hora divina

O Sol, por trás da colina

Querendo romper a aurora

E eu de nada sabia

Mas minha avó já dizia

Que era ele chamando o dia

E mandando a noite ir embora

Ah! Que saudade, eu me lembro

Quando era bem cedinho que papai

Se levantava, ia fazer cafezinho

Levava à mamãe na cama,

Como prova de quem ama,

Com aquela grande amizade

Isso é que era amor perfeito

Faz pena um amor como este jeito

Hoje chamar-se saudade

Aquela casa tão bela

Que os alpendres a rodeavam

Lembro-me bem quando nela

Mamãe sorria e cantava

Isso era a felicidade

Mas eu com tão pouca idade

Nada disso apreciava

Porém se o tempo voltasse

Talvez com ela eu cantasse

Pois sei que ela me ensinava

Aquela casa era um trono

O reino da felicidade

Papai além de ser o dono

Também era a majestade

Mamãe a sua rainha

E os seis filhos que tinham

Dois príncipes, quatro princesas

Formavam a real família

Do bosque das maravilhas

Hoje vale das tristezas

Mas o tempo foi passando

Lá se vão noites, vêm dias

As meninas se casando

Casou Arlinda e Maria

Casou Nina, eu me casei

Gildo casou-se também

Só ficou Dida solteira

Mas é boa costureira

E honra a profissão que tem

Tem salário garantido

Logo encontra um bom “partido”

E breve casa-se também

Assim foi desmoronando

O trono da felicidade

Nós todos fomos mudando

E indo morar na cidade

Dida, só, não comandava

Meus pais, velhos, já estavam

Precisando de alguém

Vencidos pela idade

Venderam a propriedade

E foram embora também

Papai não existe mais

Já está na eternidade

Sua alma descansa em paz

No reino na divindade

Mamãe ainda viva está

Peço a Deus para lhe dar

Mais muitos anos de vida

Saúde e felicidade

Mesmo que tenha a saudade

Morando com ela e Dida

Aqui termino essa história

Tudo foi realidade

Tirei da minha memória

É a expressão da verdade

Voltar pra lá quem me dera

Mas a casa hoje é tapera

E o meu velho pai é saudade

Carlos Alberto de Oliveira Aires

Carpina, 26/10/1990

Contatos: euaires1@hotmail.com

(81)3622-0948

Visite meu site:www.simplesmenteumpoeta.com

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 17/03/2008
Reeditado em 13/09/2009
Código do texto: T904599
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