O relógio parado

Na esquina, absorto, fico a meditar,

Perdido em pensamentos fugidios.

Observo o vai e vem dos passos frios,

Enquanto minha vista busca o ar.

 

Não mais nas terras de áureas palmeares,

Mas em Portugal, longe do torrão,

No tempo me perco em recordação,

E o exílio de Dias sinto aos pares.

 

No prédio amarelo, um relógio inerte

Marca dez para as três, sem movimento.

Com café e cigarro, observo atento.

 

Terá o tempo ou eu mesmo se perdido?

Ou juntos congelamos neste intento?

Talvez a saudade o tenha detido.

 

Belém/PA

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 25/03/2025
Reeditado em 25/03/2025
Código do texto: T8293991
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