Verão outra vez

Saudades eu tenho dos tempos

Em que sentávamos nas mesas de bares sujos

E sorríamos com nossas moedas unidas

Em prol de qualquer bebida

Ou experiência medonha de abstração

Saudades eu tenho de quando sorríamos

Belos bêbados desbaratinados

Quando havia algo maior que as línguas más

Do que as disputas de egos

Do que a ostentação do que não se tem

Saudades do simples, de nós juntos

Das celebrações e abraços honestos

Das praças iluminadas

Dos calores de dezembro em que nos amávamos

Saudades de algo que nunca voltará

Dos poucos amigos que me restaram

Resta a distância

Acho que chegou o momento

De criar novas lembranças

Um abraço apertado

Procuram-se bons amigos

É tempo de tentar outra vez.