Saudade do meu torrão

Saudade do canto do sabiá

Do bonito pôr do sol

Daquele meu rouxinol

Que chegava no jardim

Pousava no meu jasmim

E começava a cantar

Eu ficava a contemplar

Toda aquela perfeição

Era lá no meu sertão

Parecendo poesia

Exalava calmaria

Me transmitia alegria

E muita simplicidade

Hoje aqui de onde estou

O meu peito até chorou

De tão gigante saudade.

Saudade da cachoeira

Do banho lá na biqueira

Das quedas de biclicleta

Saudade do milho fresco

Daquele lindo luar

Que me fazia chorar

Com tamanha boniteza

Eu pegava uma caneta

E começava a rimar

Eu ia poetizar

Em seguida ia tocar

No meu velho violão

Eu cantava uma canção

Exaltando meu sertão

Meu coração se alegrava

Com aquela calmaria

Hoje aqui de onde estou

Só me resta a nostalgia

Do meu querido sertão

Que é minha companhia

Ao escrever poesia.