Presságio.

 

Vou me embrenhar na imensidão do dia,

Grandeza que a saudade cria,

Na alma baldia, triste a pelejar…

Quem sabe numa dessas vias,

Das quais a gente se desvia,

Quem sabe ainda vamos nos esbarrar? 
 

Nesse dia será festa, com o amor que ainda resta,

Que insiste em nos habitar…

Aí torna-se o dia pequeno, talvez um breve aceno,

Possamos de súbito trocar…

Reviver entardeceres, em que os quereres,

Não se abrandavam… 

Nos anoiteceres, os dois seres, no sono, não se desvencilhavam, 

 

Até raiar o outro dia, a saudade já batia, no ritmo dos corações, 

Num derramar de poesias, que de tanta  primazia, compunham-se canções.

Hoje, são as manhãs vazias, denotam carestias, perdidas as razões… 

 

Sob o céu azul que havia, a gente se divertia, ria, protegidos das monções.., 

Hoje, paira sobre nós, algo atroz, um céu denso e tenso, de incessantes raios e trovões…