O RETRATO
Enxugando o meu pranto em silêncio,
Movido pela dor da ausência sua,
Deixei cair em seu lívido retrato:
Cálida lágrima de ternura.
A gota prateada reluzia
Bem dentro dos olhos seus,
Refletindo em fragmentos
A tristeza dos olhos meus.
A moldura do retrato esbelto,
Simbolizando escultura,
Descortinava a beleza
Da sua doce candura.
Esse amor inesquecível
De embriagadores afagos,
Verte em meu ser a lembrança
Da aurora da minha vida.
A visão da sua imagem
É nostálgica, mas benquista:
Agridoce que retira
Da minha vida a desdita.