Doce saudade
Nada morre dentro de nós.
Por razões sentimentais e neurológicas,
tudo pode estar adormecido,
quase em êxtase,
bem escondidinho,
num silêncio secreto
de mil anos
no abismo profundo
do oceano da memória.
Um belo dia...
o escondidinho,
do nada,
salta de dentro,
aparece em grande estilo e grita
como o Chapolin Colorado:
- "Você não contava com a minha astúcia!"
As dores invisíveis e as sombras que nos (pers)seguem
- a tristeza, a saudade e as angústias -
fogem espavoridas.
Correm, fogem, mas tentam voltar.
Não morrem nunca.
Das três, só me encanta mesmo é a saudade,
a doce saudade.