Doce saudade

Nada morre dentro de nós.

Por razões sentimentais e neurológicas,

tudo pode estar adormecido,

quase em êxtase,

bem escondidinho,

num silêncio secreto

de mil anos

no abismo profundo

do oceano da memória.

Um belo dia...

o escondidinho,

do nada,

salta de dentro,

aparece em grande estilo e grita

como o Chapolin Colorado:

- "Você não contava com a minha astúcia!"

As dores invisíveis e as sombras que nos (pers)seguem

- a tristeza, a saudade e as angústias -

fogem espavoridas.

Correm, fogem, mas tentam voltar.

Não morrem nunca.

Das três, só me encanta mesmo é a saudade,

a doce saudade.

Lu Mendes
Enviado por Lu Mendes em 17/11/2022
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