Manteigas ao sol.
O coração por tão pouco se aflige!
A mão, então, um clamor redige,
Sobre a faixa de tempo que escoa...
Assim a falta tua o caos inflige
E nada, nada esse vazio corrige,
Louca saudade que a tudo atordoa
A voz se cala, o grito não ecoa,
O pranto vaza, chora-se à toa,
Tipo o mundo em pleno lockdown.
A depressão uma sirene soa,
A esperança para longe voa,
E tudo por aqui vai tão mal!
Pelas frestas do sitiado pensamento,
A frágil alma busca sustento,
Não fez-se para isso sobressalentes.
O tempo já não é, como outrora, lento,
Resta, agora, esse fortuito lamento
E as fraquezas expostas das gentes.
Se és eficaz ou apenas experimento,
Quero ser cobaia, pois sinto-me sedento,
De reviver tuas doridas agulhas.
São dores que hoje trariam-me alento,
És a fogueira a crepitar com o vento,
E eu, carente vítima de tuas fagulhas
É sempre triste o distanciamento,
O absurdo confinamento,
Que por tanto tempo nos separa,
Ninguém pediu sobrestamento,
O que mais quero no momento,
É tê-la em meus braços... cara a cara.
O coração por tão pouco se aflige!
A mão, então, um clamor redige,
Sobre a faixa de tempo que escoa...
Assim a falta tua o caos inflige
E nada, nada esse vazio corrige,
Louca saudade que a tudo atordoa
A voz se cala, o grito não ecoa,
O pranto vaza, chora-se à toa,
Tipo o mundo em pleno lockdown.
A depressão uma sirene soa,
A esperança para longe voa,
E tudo por aqui vai tão mal!
Pelas frestas do sitiado pensamento,
A frágil alma busca sustento,
Não fez-se para isso sobressalentes.
O tempo já não é, como outrora, lento,
Resta, agora, esse fortuito lamento
E as fraquezas expostas das gentes.
Se és eficaz ou apenas experimento,
Quero ser cobaia, pois sinto-me sedento,
De reviver tuas doridas agulhas.
São dores que hoje trariam-me alento,
És a fogueira a crepitar com o vento,
E eu, carente vítima de tuas fagulhas
É sempre triste o distanciamento,
O absurdo confinamento,
Que por tanto tempo nos separa,
Ninguém pediu sobrestamento,
O que mais quero no momento,
É tê-la em meus braços... cara a cara.