ARREBATAMENTO
No fundo,
é uma questão de arrebatamento
satisfazer inquietos desejos metafísicos,
exilar-se dos abandonos auto impostos,
expurgar o conforto da inércia
em troca de indomáveis movimentos.
Perseguir todas formas de abduções,
da letargia da alma, suas abdicações
um plano mágico noutras abstrações.
Lançar-se para o infinito
como bumerangue que não retorna
contrariando sua natureza,
excitante rebeldia por novas seduções.
No fundo,
é a constante insatisfação
com monotonia paralisante,
o grito aprisionado que
que quer rasgar a mordaça
e clamar a uma divindade
uma epifania qualquer,
na forma de um sequestro
para um lugar
que não importa bem onde será,
mas que se conjugue muito bem
com sua necessidade premente
de se arrebatar.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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