Resposta do Outono

Se acaso eu te fizesse compreender

que foste a primavera em minha vida,

irias compreender, minha querida,

que não fui teu outono por querer!

Tu chamas-me de outono e eu te chamo

de minha primavera, minha lei,

porque tamanho mal não desejei

se quanto eu já te amei ainda te amo!

Tu foste – e ainda me és – a primavera!

És toda a minha luz, o meu amor;

és mais que minha rosa, prima-flor,

razão de não ser mais tal como eu era!

Tu chamas-me de outono, mas não viste

o quanto já sofri por te deixar,

a ponto de não ter por que chorar

o pranto que de mim jamais ouviste!

Tu chamas-me de outono e me condenas,

dizendo que passei sem ter amado

ou visto (quando estavas do meu lado)

as tuas emoções, sempre serenas!

Tu culpas-me por te ter abandonado

e não sei mais porque, mas já não posso

querer recuperar o sonho nosso

pois todo o nosso amor foi mutilado!

O amor, feito por nós em mil pedaços

enquanto que nós dois nos afastávamos

sem vermos o quão próximos estávamos

de estarmos, novamente, em nossos braços!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 21/10/2007
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