Lirismo momentâneo - homenagem a Maria Joana, minha mãe.
Antonio Feitosa dos Santos 

A brisa suave e fria resvalava sobre o rosto,
Sacudia os cabelos por sobre os ombros.
Seu caminhar lento, denunciava o tempo.
Seu bom gosto pelos lírios do campo,
Vez por outra percebia-se a sua elegância,
Ao curvar-se para toma-los sobre as mãos.

O vento sacudia suas vestes,
Seda florida, envolvia o corpo esguio,
Enquanto continuava lentamente abstraída,
Talvez, pela beleza das flores do campo,
Que alastravam-se por toda a faixa do caminho,
E por certo também, na mente da mulher e mãe.

Dizia ela, as flores deixam a casa perfumada,
As do campo são sempre as melhores...
E lá ia ela todas as manhãs, ainda sem o sol,
Além das flores campestres,
O perfume das flores dos laranjais, cafezais...
Inebriava a minha inocência de criança.

Represado até hoje na lembrança,
Dias da minha infância, momentos felizes,
Da mulher que me foi mãe, Maria Joana.
Sua imagem doce, meiga e afável,
A delicadeza com que tratava a natureza.
A paz me vem desses instantes inesquecíveis.

Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 18/7/2020 às 09h46 



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