COISAS DO TEMPO
Casa antiga, baú de episódios
Cada lembrança é um quadro.
Pinacoteca muda,
Inventário de saudades.
Passado patinado e austero
Castelo de sonhos perd(idos)
Cada pedra tem vida, e
Se justapõe na escuridão gasosa.
Na noite adensa os negros vultos
Seus sons temerários
Ainda evoca épocas
Ante mim, mudo, cego e surdo.
Causa e fim do que amei e sofri
Monólogo abstrato estabeleço.
Busco compreender e não consigo
Vejo pessoas e não as reconheço.
O todo e a morte, dois absurdos,
Tendências mórbidas da minha mente
Tudo irreal e evanescente.
Sei que passará. É que hoje estou doente
(Preciso da cumplicidade do tempo)
T@CITO/XANADU