COISAS DO TEMPO

Casa antiga, baú de episódios

Cada lembrança é um quadro.

Pinacoteca muda,

Inventário de saudades.

Passado patinado e austero

Castelo de sonhos perd(idos)

Cada pedra tem vida, e

Se justapõe na escuridão gasosa.

Na noite adensa os negros vultos

Seus sons temerários

Ainda evoca épocas

Ante mim, mudo, cego e surdo.

Causa e fim do que amei e sofri

Monólogo abstrato estabeleço.

Busco compreender e não consigo

Vejo pessoas e não as reconheço.

O todo e a morte, dois absurdos,

Tendências mórbidas da minha mente

Tudo irreal e evanescente.

Sei que passará. É que hoje estou doente

(Preciso da cumplicidade do tempo)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 27/06/2020
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